O desapego é um dos mais importantes caminhos que o homem deve seguir rumo à sua educação emocional. Desapegar-se é renascer todos os dias com as energias revigoradas. É dar valor a tudo o que se tem ou conquistou; é lutar com intensidade para vencer os obstáculos desta vida e usufruir os bens da terra, mas não se apegar a nada.
Desapegar-se é sentir-se liberto das algemas do mundo. É, literalmente, soltar-se de algo, desprender-se. É abandonar uma posição social ou profissional sem sofrer. É livrar-se do que não nos é mais necessário.
É abrir-se para o que está por vir e praticar um voo para a liberdade.
Um senhor muito rico viajou a um país distante para visitar um sábio. Ao adentrar a sua residência notou que ela, de tão simples, quase não tinha móveis. Diante de tanta simplicidade, o visitante não resistiu e perguntou:
– Onde estão os seus móveis?
A resposta do sábio veio em forma de pergunta:
– E onde estão os seus?
– Ora, ora. Estou aqui somente de passagem, respondeu o milionário.
– Eu também estou aqui apenas de passagem, respondeu o sábio.
Muitos vivem na Terra como se fossem ficar aqui eternamente. Apegam-se a tudo e a todos, esquecendo que o importante não é o que temos ou deixamos de ter, mas o que somos ou nos tornamos mediante o que possuímos ou não.
Existem também os apegos emocionais.
Por diversos fatores nos apegamos a pessoas ou situações da vida, que por mais dolorosos que sejam os problemas não conseguimos deixar o porto do comodismo e do sofrimento, não soltamos as amarras e deixamos nosso barco navegar para novos oceanos.
DESAPEGO = A DOR DA LIBERDADE
Praticar o desapego dói. Mas é plenamente possível!
Devemos aprender a fechar os ciclos da vida. Não vamos nos aprisionar ao verbo ter.
Se não soltarmos o que é velho, não haverá espaço para o novo. Praticar o desapego é abrir mão da vontade de dominar, escravizar, possuir e manipular seres ou situações que a vida nos apresenta.
Dois monges budistas viajavam juntos quando chegaram às margens de um rio caudaloso. Encontraram lá uma linda jovem tentando atravessá-lo. Prontamente um dos monges
ofereceu-se para levá-la e, erguendo-a nos braços, levou-a até a outra margem. Logo após, seguiram viagem. Depois de muito tempo de caminhada, o discípulo perturbado com o
acontecido, questionou o mestre:
– Não é correto tocar uma mulher. Não podemos ter contatos íntimos e, apesar disso, o senhor atravessou o rio com aquela moça nos braços. Não acho isto certo!
– Tolo – respondeu o mestre – Eu deixei a moça na outra margem do rio. Você ainda a está carregando nos braços.
“Amar é ter um pássaro no dedo.
Quem tem um pássaro no dedo
sabe que, a qualquer momento,
ele pode voar”.
Paulo Pio – Revista Pais Atentos
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