Paciência é atitude de ordem para quem busca uma recolocação atualmente.
Por Camila Pati
Paciência é atitude de ordem para quem busca uma recolocação atualmente. É que pesquisa realizada pela Hays em parceria com o Insper revela que o tempo até encontrar uma nova oportunidade profissional para quem está no mercado aumentou em relação ao ano passado. O levantamento também indica que há mais gente sendo demitida do que pedindo demissão.
Na opinião de Juliano Ballarotti, diretor Hays, a falta de uma análise criteriosa antes de mudar de emprego também contribui para o aumento no número de demissões. “Muitas vezes o profissional se anima demais por conta de salário, mas nem sempre uma boa remuneração é bom negócio”, diz.
Falta de avaliação dos riscos e superestimar a própria capacidade são alguns dos ingredientes para o fracasso da mudança que vai resultar na volta ao mercado. Por isso ele indica rigor e reflexão na hora de decidir mudar de emprego. “É para evitar chegar nesta situação”, diz.
Mas e quem já chegou e agora se vê disponível no mercado e ávido por conquistar uma nova oportunidade? Pedimos a especialistas que dessem algumas dicas para quem está nesta situação. Confira:
1 – Trate a busca por emprego como você trataria um projeto
“O profissional deve manter uma rotina de trabalho neste projeto que é encontrar um emprego”, diz o diretor da Hays. Organize-se e trace uma estratégia.
“Cada um sabe como funciona e qual a melhor rotina para si. Tem gente que brinca dizendo que estar desempregado é também um emprego, o que não deixa de ser verdade”, diz Henrique Gamba, executive manager da área de TI e Telecom da Talenses.
2 – Não descarte a possibilidade de fazer trabalhos temporários
Em algumas carreiras, como as de tecnologia da informação, por exemplo, há oferta mais ampla de projetos temporários.
“Em TI é comum espaço para trabalhar com consultoria. Muitos profissionais estão no mercado recebem ofertas para desenvolver projetos pontuais, e essa é uma dica que eu sempre dou aos profissionais”, diz Gamba. Se houver esta possibilidade, agarre-a. Trabalhos temporários podem render bons frutos e até ofertas de oportunidades no futuro.
3 – Acione a rede de contatos
A indicação ainda é a forma mais eficiente de arrumar um emprego. “É a ponte mais eficaz”, diz Henrique Gamba. Por isso, procure pessoas para quem já trabalhou, colegas e outros contatos profissionais e avise-os de que está procurando emprego.
Lembre-se das pessoas às quais você já ajudou ao longo da sua carreira, elas, certamente, serão as mais dispostas a lhe estender a mão.
4 – Atualize perfis em redes sociais profissionais
Use a tecnologia a seu favor. Do mesmo jeito que você atualizou o seu currículo, reveja seus perfis em redes sociais profissionais, indica Ballarotti. Explore o LinkedIn, conheça as ferramentas de busca de emprego.
“Procure oportunidades online, visite painéis de executivos. A parte boa de ter cada vez mais vagas no mundo online é o acesso mais amplo a este tipo de informação”, diz Gamba.
5 – Tente chegar de outras maneiras às oportunidades
Se o LinkedIn é uma ótima ferramenta para ficar a par das oportunidades, a parte ruim, diz Gamba é que o acesso é também bastante massificado.
Por isso, ao ficar sabendo de uma vaga aberta, verifique se há alguém da sua rede de contatos que trabalha ou já trabalhou na empresa. “É chegar por meio dos seus contatos ás vagas já existentes e anunciadas na rede”, indica Gamba.
6 – Procure headhunters
Cadastre-se em consultorias de recrutamento e tente estabelecer contato com headhunters, indica Gamba. Não se acanhe, mande uma mensagem, tente marcar um encontro com recrutadores. O “não” você já tem, então, não se intimide.
“Se for generalizar o mercado de recrutamento, nessa hora o executivo é mal tratado, ou às vezes nem recebe resposta, e isso causa uma impressão negativa”, diz Gamba, lembrando que há muitos headhunters que fogem a essa regra e são atenciosos com os executivos.
7 – Não se cadastre para qualquer oportunidade
A máxima, “trabalho chama trabalho” é verdadeira, mas não é por isso que seja recomendável “atirar” para todos os lados. Gamba explica que os recrutadores que trabalha, em consultorias têm acesso ao sistema eletrônico que vai mostrar para quais oportunidades o profissional se cadastrou.
“A gente pode ver que aquela pessoa se cadastrou para 8 vagas diferentes nos últimos dois dias e isso não é bom pra a imagem”, diz ele. O certo é ser assertivo na hora de fazer os cadastros e evitar “pulverizar” seu currículo.
8 – Invista no seu desenvolvimento
O momento pode não ser o mais propício para investir dinheiro em muitas coisas, mas apostar (e gastar) em você pode valer a pena. Afinal, essa é a hora certa de fazer os ajustes necessários para aumentar as chances de recolocação.
“É claro que isso deve ser avaliado de acordo com o caso, mas o profissional deve colocar na balança. Já vi casos de profissionais que não gastaram com cursos e não conquistaram as posições que queriam”, diz Gamba.
9 – Prepare-se para as entrevistas que surgirem
Vá bem preparado para as entrevistas que forem marcadas. Pesquisar a empresa e fazer as perguntas certas ao recrutador pode fazer a diferença e contar pontos na sua avaliação, de acordo com os especialistas.
Exercite-se pensando em como responderia às questões mais frequentes. Mas de acordo com Ballarotti, não é recomendável suprimir a espontaneidade a ponto de repetir discursos prontos.
10 – Não descuide de outras esferas da sua vida
Para a maioria das pessoas sem emprego é impossível não sentir o amargor da ansiedade. “É normal ficar ansioso”, diz Ballarotti. Ele recomenda, porém, que o profissional busque equilibrar todas as esferas da sua vida para tentar diminuir um pouco a pressão que ele, inevitavelmente, sente. “É o momento adequado para cuidar da saúde, fazer as coisas com a família, encontrar os amigos, e se reorganizar”.